Page 33 - Revista EAA - Edição 65
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O desenvolvimento do 1.8 TFSI se
concentrou no comportamento
da combustão, mas envolveu
redesenho de componentes internos
e externos e novos materiais
rante a partida e em altas rotações. Ela
pode efetuar duas ou três operações
de injeção individual por ciclo. Em
regime de cargas parciais, o sistema
indireto MPI entra em ação injetan-
do o combustível no final do coletor
de admissão, onde é misturado com o gerenciamento do motor 1.8 TFSI enriqueça a mistura ao máximo, o que baixa
ar. Segundo a Audi, essa combinação significativamente o consumo de combustível quando se conduz esportivamente.
reduz o consumo de combustível e a O turbocompressor do 1.8 TFSI é um projeto totalmente novo e desenvolve
emissão de particulados. uma pressão quase constante de 1,3 bar. As principais características incluem a
Para otimizar o fluxo de gases, o roda de turbina feita com uma nova liga que pode suportar temperaturas de gases
sistema Audi Valvelift ajusta o levanta- de escapamento de até 980 °C, o sensor de oxigênio montado diretamente sobre
mento das válvulas de escapamento em a turbina, um amortecedor de pulsação e um atuador elétrico da válvula de alívio,
dois níveis, além do sistema de variação que regula a pressão de superalimentação de maneira rápida e precisa.
contínua da fase do comando de válvu- O motor inteiramente feito de alumínio teve o seu peso reduzido para
las de admissão entre 30° e 60º, geran- 131,5 kg (contra 135 do antigo 2.0), graças ao módulo que reúne o turbocom-
do mais torque em baixas rotações. pressor ao cabeçote e a um novo método de fundição para o bloco, que reduziu
O 1.8 TFSI incorpora, também, a espessura das paredes para apenas 3 mm. Contribuiu também para o menor
um inovador sistema de monitora- peso do motor a redução de oito para quatro contrapesos no novo virabrequim,
mento térmico do motor, totalmen- mancais com menor diâmetro, pistões compostos por uma nova liga de alta resis-
te eletrônico, que tem como um dos tência, cárter feito de polímeros leves e muitos parafusos de alumínio.
objetivos trazer o óleo lubrificante O atrito interno foi diminuído drasticamente pela montagem de duas árvores
até a temperatura de operação o mais de balanceamento, que compensam as forças inerciais incidentes nos mancais, e
rápido possível em seguida à partida por um inovador revestimento nas saias dos pistões, composto de uma camada de
a frio. Um conjunto de válvulas ajus- Alusil (alumínio e silício); este composto é aplicado também, a fogo, nas paredes
táveis ao longo do sistema de arrefe- dos cilindros e permite a formação de pequenas bolsas de retenção do óleo lubri-
cimento controla os fluxos aquecidos ficante, mais eficientes que o brunimento convencional.
entre o motor, o trocador de calor da Por fim, o ajuste da nova bomba de óleo requer pouca energia, e o jato de
transmissão e do aquecedor de cabine. óleo para resfriamento da saia dos pistões é controlado por meio de um sistema
O radiador principal, o qual dissipa o elétrico de alta precisão.
calor com o ar ambiente, não começa a
receber líquido senão até o último mo- Consumo conflitante
mento possível. Com isso, reduzem-se De acordo com os dados fornecidos pela Audi do Brasil, o desempenho dos
as emissões de CO 2 do 1.8 TFSI ao novos modelos disponíveis aqui com o motor 1.8 TFSI é praticamente o mes-
redor de 2,5 g/100 km. mo das antigas versões 2.0. Combinado ao câmbio Multitronic (CVT, conti-
Esse conceito é beneficiado pela nuamente variável) de oito marchas virtuais, o A4 Sedan Attraction, com seus
integração do coletor de escapamento 1.427 kg de peso em ordem de marcha, acelera de zero a 100 km/h em 8,3
ao cabeçote, que por isso é arrefecido a segundos (contra os 8,2 s anteriores) e atinge a velocidade máxima de 225 km/h
líquido. Com isso, a temperatura dos (apenas 1 km/h a menos). Por sua vez, o novo A5 Sportback (com 1.525 kg)
gases de escapamento também é re- ficou 0,2 s mais rápido, acelerando de 0 a 100 km/h em 8,4 s, e atinge 220 km/h
duzida, tornando desnecessário que o (contra os 222 km/h de antes).
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