Page 31 - Revista EAA - Edição 66
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O trabalho de montagem foi feito pelo Grupo Tutto, de Caxias
do Sul: cada ônibus um pesa 14 toneladas, descarregado
Assim, o chassi – já com vários com- de hidrogênio no teto. Estes cilindros são de alumínio, revestidos por compósito
ponentes como eixos, diferencial, freios de fibra de carbono, para resistir à pressão de trabalho de 350 bar (máxima de
e uma rede CAN para controle de 438 bar). Armazenam 30,8 kg de hidrogênio em estado gasoso e pesam próximo
equipamentos elétricos – veio da VW/ de 700 kg, daí a necessidade de reforços. Com os tanques cheios de hidrogênio,
MAN, o modelo 17.280 OT Low o ônibus tem autonomia de 250 km, sendo que a média diária de trabalho no
Entry. Esse chassi, com a parte trasei- Corredor BRT é de 220 km. Ou seja, há uma margem de segurança de 30 km.
ra mais elevada, permitiu a colocação Com chassi e carroceria totalmente nacionais, os ônibus mantiveram a mesma
de boa parte dos novos componentes configuração e aproveitamento de espaço interno, semelhante ao de um modelo
abaixo do assoalho, mantendo o cen- convencional com motorização Diesel. São bem diferentes do primeiro protótipo
tro de gravidade baixo. Além disso, a que rodava no mesmo corredor ABD, que tinha espaço interno e capacidade de
plataforma MAN já trazia distribuição passageiros bastante reduzidos. Antes de começarem os ajustes finais no corredor
de ar comprimido e suspensões pneu- ABD, os ônibus foram testados no campo de provas da Randon, em Farroupilha,
máticas com função de ajoelhamento RS e no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, SP.
(kneeling), para facilitar a entrada de
passageiros. Veio também o sistema de Começam as diferenças
direção hidráulica da ZF (8097), que Até aí, tudo muito semelhante a um ônibus atual convencional, mas para fun-
seria transformada em eletro-hidráuli- cionar o sistema elétrico utilizando o hidrogênio, entra-se em uma área nova
ca, já que um motor elétrico aciona as e pouco conhecida por aqui. A propulsão fica por conta de um motor WEG
bombas hidráulicas do sistema. nacional, trifásico e de indução, que produz 165 kW/224 cv (320 kW/435 cv de
Sobre essa base foi usada a car- pico), trabalhando com tensão de 440 V e corrente de 297 A. Ligado diretamente
roceria Viale BRS da Marcopolo, de ao diferencial no eixo traseiro, é capaz de levar o ônibus aos 65 km/h, outra vez
12,6 metros e para até 75 passagei- com margem de segurança, já que a velocidade no Corredor ABD é de 60 km/h.
ros. Nos ônibus elétricos de célula a Para ajudar a alimentar esse motor, há uma bancada de baterias na parte tra-
combustível, a capacidade será de 70 seira, composto de 46 módulos de íons de lítio, cada um de 19,2 V. Por meio de
passageiros. A carroceria teve várias ligações em série e paralelo, fornecem até 440 V para o motor, com até 400 A.
modificações para acomodação dos Todos os módulos são microprocessados e interligados ao barramento CAN,
novos componentes, inclusive reforços monitorados individualmente quanto à tensão, carga e temperatura.
para a colocação dos quatro cilindros O pacote das baterias pesa 681 kg e sua posição abaixo do assoalho ajuda a
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