Page 45 - Revista EAA - Edição 67
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MANUFATURA
Mais por menos
Com índices de ociosidade afirmou José Rizzo Hahn Filho, presidente a absorção ininterrupta de novos meios
beirando os 24% e da Pollux, no Painel Manufatura mediado tecnológicos de produção e de processos
tem sido usado como meio para incre-
por Gyorgy Henyei Júnior, senior advisor
participação menor na da Staufen Táktica. mentar a competitividade da companhia.
De acordo com o executivo, a crise
produção do PIB (Produto vai passar, o que o preocupa é a sensa- Exemplo desse trabalho já é visto na fábri-
ca de Mogi-Mirim, que completou 10 anos
Interno Bruto), indústria ção de paralisação em um país que pre- com 290 milhões de componentes produ-
precisa investir para se cisa fazer muito para melhorar. Citou o zidos, enquanto reduziu de 800 para 300 o
tornar mais competitiva relatório The Global Competitiveness Re- número de funcionários. O segredo, disse
ele: modernização.
port de 2013-2014 que mostra o Brasil na
57º posição em um ranking das 144 na- Com investimentos mais modestos
ções mais competitivas do mundo: “É um também é possível melhorar. Flávio V. Reis,
ão está fácil para ninguém. Para a in- show de horrores, estamos muito atrás diretor de operações da Caterpillar Bra-
Ndústria brasileira, então, o paradoxo até de países menores”. sil, apresentou o exemplo da companhia,
entre cortar custos e a necessidade de Rizzo disse que a robótica, assim como que há dois anos vem sendo colocado em
investir em processos mais otimizados de a tecnologia, tem um papel central na prática. As células de alto desempenho da
produção tem feito muita gente perder transformação da manufatura da próxima empresa seguem processos oriundos de
o sono. “É preocupante a informação da década. Em 10 anos, estima-se que 25% estudos de observação e análise de toda a
CNI [Confederação Nacional da Indústria] dos postos serão ocupados por robôs. “O linha de montagem. “Organizar os proces-
do desaparecimento da indústria nacio- Brasil é um dos países que menos usa essa sos nos ajudou bastante a aumentar nossa
nal, que hoje responde por apenas 10% tecnologia, com defasagem de 165 mil ro- implantação e mergulhar muito no co-
do PIB. A luta por competitividade nos bôs, quando comparado com Alemanha”, nhecimento de cada produto. O trabalho
países acontece cada vez mais no campo apontou o executivo. de vídeo [gravação] e análise nos ajudou
da tecnologia, que, aqui no Brasil, está A Sabó é uma das empresas que tem a acomodar melhor os tempos de ciclos
atrelada à indústria. Sem ela, acabaremos feito sua lição e investido. Ricardo Ávila, di- e, assim, produzir mais em menos tempo”,
por nos tornar um país apenas agrícola”, retor industrial da empresa, contou como explicou Reis. [CM, DS, PL e SP] n
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