Page 46 - Revista EAA - Edição 67

CAMINHÕES I Hoje, nosso volume deve ficar na casa dos
70 mil. Não me considero um otimista, mas
Planejamento da retomada sou uma pessoa esperançosa e crente nes-
te país. Continuo acreditando nos 200 mil
e espero que aconteça entre os próximos
três e cinco anos. Quando a economia co-
Presidentes de fabricantes instaladas no Brasil discutiram meçar a melhorar, retomaremos muito ra-
o momento atual e debateram os fatores necessários para pidamente.”
Kuester também concordou com Cor-
uma retomada tes: “O potencial brasileiro ainda chama a
atenção de grandes companhias globais
setor de veículos pesados para carga e cliente. “Queremos ser a primeira empresa e tem muito a oferecer”. Já Schiemer res-
O passageiros é o que mais tem sofrido a quando o cliente pensar em caminhões saltou a necessidade de buscar novos mer-
retração do mercado nacional. Diante des- ou ônibus; para isso, criamos o conceito cados fora. “Infelizmente, toda a América
se cenário nebuloso, repensar processos TCO (custo total de operação), que englo- Latina está em queda, exceto o Peru que
e ações que possibilitem uma retomada ba desde o valor do salário do motorista e cresce 4% este ano. Isso indica que temos
para os próximos anos é mandatório. Com combustível até os serviços de reparo, para de retomar a atividade para outros países,
um discurso positivo sobre os próximos que atingíssemos todas as áreas de interes- em nosso caso, a África e o Oriente Médio.
anos, o presidente da MAN Latin America, se do frotista.” E não tenho dúvidas de que a exportação
Roberto Cortes, contou que para ser mais A DAF, que está no Brasil há poucos será importante nos próximos anos.”
produtivo e estar sempre preparado para anos e lançou aqui o modelo XF105, mos- Outra questão que precisa ser revista,
a instabilidade do mercado brasileiro, a fa- trou que o principal desafio foi adequar o de acordo com os executivos, é a de reno-
bricante optou por uma fábrica modular: produto às normas. “Precisamos de mais vação de frota. “Acredito que a renovação
“A solução foi conceito modular da fábrica de dois anos de desenvolvimento para seja fundamental para mudar esse cenário
em Resende, RJ, na qual contamos com apresentar o produto correto para o mer- e nossa estratégia está justamente focada
fornecedores parceiros que cuidam de cado”, disse o presidente da DAF Cami- em um produto de valor adequado à ne-
toda a linha de produção enquanto nós nhões no Brasil, Michael Kuester. cessidade brasileira. E é essa aposta que
temos a responsabilidade pela criação do Mas os presidentes concordaram que nos fará chegar à meta de market share de
produto e pós-venda. Com essa planta efi- ações que incentivem as vendas e a produ- 3,5% este ano, nós que somos recém-che-
ciente, conseguimos melhorar o processo tividade são cada vez mais importantes e gados a esse mercado”, concluiu Kuester.
de produção”, explicou. preparam as fabricantes para a retomada, A primeira parte do Painel Caminhões foi
Para Philipp Schiemer, presidente da que deve acontecer nos próximos anos. mediada por Fred Carvalho, diretor de as-
Mercedes-Benz, a produção precisa es- “Chegamos a um número extraordinário suntos institucionais da Anfavea. [CM, DS,
tar essencialmente conectada à visão do de 171 mil unidades vendidas em um ano. PL e SP] n

FOTOS DANIEL DEÁK
Philipp Schiemer,
Michael Kuester e
Roberto Cortes

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