Page 15 - Revista EAA - Edição 76
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ESPECIAL


             O objetivo do artigo é avaliar a correlação  Cálculo da frota e curva de sucateamento

           entre a evolução do momento de transporte  O cálculo da frota circulante baseou-se na estimativa das vendas e das
           rodoviário de carga no Brasil e alguns fatores,  curvas de sucateamento para os diferentes tipos de veículos, segundo a
           além do PIB.                             Equação 1 (MCT, 2010; SINDIPEÇAS, 2009).

           METODOLOGIA                                em que
           Levantamento de dados                               : frota circulante estimada, expressa em números de veícu-

           O levantamento de dados foi realizado por  los (Vmd,k) para o ano (a);
           meio de relatórios publicados no Brasil en-     : número de veículos do tipo (V), do ano-modelo (md) e com-
           tre os anos de 2013 e 2017, possibilitando a  bustível (k) e;
           determinação do limite temporal dos dados          : fração de veículos (Vmd,k) já sucateados que não circulam
           históricos a serem utilizados para a análise  mais no ano (a).
           proposta. Os dados obtidos para a presente   A curva de sucateamento é dada por uma função Logística, segundo a
           análise são nacionais e datam desde 1970 até  Equação 2 (MCT, 2010; SINDIPEÇAS, 2009).
           2016 (Figuras 1 a 5). Para o histórico de venda
           de veículos novos comercializados, baseou-se
           nos dados fornecidos pela Associação Nacio-  em que
           nal dos Fabricantes de Veículos Automotores   a:  idade do veículo em anos, sendo:
           (Anfavea, 2016). A curva de sucateamento foi   α= 0,17 para veículos comerciais leves do ciclo Diesel
           obtida a partir do Estudo da Frota Circulante  e α= 0,10 para caminhões
           Brasileira (Sindipeças, 2009). As curvas de su-  a = 15,3 para veículos comerciais leves do ciclo Diesel
                                                       0
           cateamento foram calibradas a partir de dados  e a = 17 para caminhões
                                                      0
           de idade média e de frota total de 1997 forne-
           cidos pelo Denatran (MMA, 2013). Os dados  Regressão linear
           de população foram obtidos a partir de séries   A Regressão Linear é utilizada para previsões incondicionais, ou seja,
           históricas do IBGE (IBGE, 2013). Os dados  não vincula as variáveis a influências de comportamento, são utilizadas
           de momento de transporte foram obtidos no  apenas séries históricas. A equação genérica da Regressão Linear é dada
           estudo Revolução Energética do Greenpeace  pela Equação 3.
           (Greenpeace, 2016). Os dados do PIB foram
           obtidos no World Bank.                     em que
             A categorização dos veículos foi realizada   a: coeficiente linear (Equação 4) e;
           de acordo com o Peso Bruto  Total (PBT),   b: coeficiente angular (Equação 5)
           soma da tara mais a lotação, e o Peso Bruto
           Total Combinado (PBTC), que representa
           o peso máximo que pode ser transmitido ao
           pavimento pela combinação de um veículo de   Foram realizadas oito rodadas de Regressão Linear utilizando a fer-
           tração ou de carga, mais possíveis combinações  ramenta Análise de Dados do programa Excel. As variáveis escolhidas
           de reboques e semirreboques (Tabela 1), como  foram: venda de veículos rodoviários de carga, frota de veículos rodoviá-
           estabelecido pela Resolução  CONTRAN  rios de carga, PIB brasileiro, população brasileira, momento de transporte
           n° 211 de 2006.                          aéreo de carga, momento de transporte marítimo de carga, momento de
                                                    transporte fluvial de carga e momento de transporte ferroviário de carga.
           Tabela 1. Categorização dos Veículos     Em cada rodada, foi elaborada uma regressão entre os dados de cada vari-
           para o Transporte Rodoviário de Carga    ável ( ) e o momento de transporte rodoviário de carga ( ).
           TIPO DE VEICULO      PESO
           Caminhões semileves  3,5 t < PBT < 6 t   RESULTADOS E ANÁLISES
           Caminhões leves      6 t ≤ PBT < 10 t    Resultados
           Caminhões médios     10 t ≤ PBT < 15 t   Os resultados gerados pela Regressão Linear são apresentados na
           Caminhões semipesados PBT ≥ 15 t; PBTC < 40 t  Tabela 1. Foram avaliados pelo coeficiente de determinação (R²), F
           Caminhões pesados    PBT ≥ 15 t; PBTC ≥ 40 t  de significação e valor-p. Quanto mais próximo de 1 for R2, maior a
           Fonte: Elaboração própria com base em MMA (2013)  correlação entre as variáveis. Além disso, valor-P e F de significação


           outubro/novembro/dezembro                                                                        15
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