Page 19 - Revista EAA 79

EDUCAÇÃO ESPECIAL

cialistas, mas com visão holística, enxergando no campo do ensino e que estava próxima à fá-
além de sua especialidade. brica central da Empresa.
A forma de pensar da empresa encontrou eco
Soluções no outro lado, considerando interesses como te-

As soluções de mercado apontavam para a con- mas de dissertação, coorientação, complementa-
tratação de estagiários, estabelecimento de pro- ção de salários de professores, possibilidade de
grama de trainee ou evolução normal dos enge- ensino e pesquisa e problemas reais da indústria.
nheiros internos. Somada aos interesses iniciais, havia a per-
Mesmo com a contratação de estagiários ou cepção de que os alunos estariam interessados e
estabelecimento de programa de trainee, perma- dedicados em função da mentalidade empresa-
necia a necessidade de desenvolver engenheiros rial e das condições do programa (figura 2).
com visão de integração. Fazia-se necessário de-
senvolver algum programa de capacitação para A longevidade da solução

complementação da formação dos Engenhei- Para ambos os parceiros, a longevidade do
ros. A saída pensada foi a constituição do PEE. programa era fundamental. Manter ativo um
Com um objetivo arrojado de consolidar apren- mecanismo que parecia funcionar muito bem
dizados de quatro anos em 18 meses, a Embraer atendendo a ambos os lados e contribuindo
iniciou sua jornada na formação in Company. com a sociedade, necessitou de especial atenção.
As turmas foram dimensionadas em função da
A parceria demanda da empresa, que tinha um turnover
A parceria foi a saída natural. Tendo um parcei- natural que girava em torno de 2% em uma po-
ro forte ao seu lado o programa decolaria e al- pulação de 3.000 engenheiros.
cançaria os objetivos inicialmente propostos: ser
um programa com poder de atração de egressos Construção do programa
das mais renomadas escolas de engenharia, ca- Na construção do programa aspectos como
pitalizar no deslocamento de engenheiros para a fundamentos básicos, disciplinas de interesse da
região sudeste para trabalhar e morar nesta re- empresa, integração entre as disciplinas, carreira
gião e empregar pessoas que inicialmente viriam dos envolvidos e mecanismos para a elabora-
para continuar evoluindo em sua formação. ção das dissertações, foram avaliados. A divisão
O parceiro escolhido foi o Instituto Tecno- em fases, as disciplinas em sequência buscando
lógico de Aeronáutica - ITA. Uma instituição o entendimento da integração e as fases finais
pública, cuja vocação é evoluir a indústria aero- de projeto davam um todo coerente com o am-
náutica no Brasil, com sólidos conhecimentos biente de desenvolvimento de produtos (fig. 3).

Figura 2.
Parceria na
evolução do
aluno

julho/agosto/setembro 19