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híbrido CAPA
919 hybrid: a porsche de volta a le mans
Modos de condução
o salão de Genebra, realizado no início de março, foi o cenário escolhido pela
Porsche para apresentar o 919 hybrid, protótipo com o qual disputará a temporada Internamente, o 918 Spyder exibe
do Campeonato mundial de resistência (WeC), que inclui a 24 horas de le mans, em arquitetura futurista, com bancos es-
junho, e a 6 horas de interlagos, em novembro. Campeã na categoria principal em 16 portivos que envolvem perfeitamente
edições da mítica corrida francesa, a Porsche está afastada da prova desde 1998, ano
em que também conquistou sua última vitória no circuito de 13.650 m. os ocupantes. O painel de instrumen-
A marca não divulgou muitos detalhes sobre o 919 tos apresenta três mostradores circu-
hybrid, mas sabe-se que sua motorização combina lares para o velocímetro, conta-giros
um compacto v-4 de 2 litros, a gasolina, com turbo e gerenciamento da energia, com vi-
e injeção direta, e potência estimada em 500 sual inspirado nos modelos da década
cv a 9.000 rpm, o qual impulsiona o eixo
traseiro, e um motor elétrico dianteiro, de 1960 da marca. O console central
que quando ativado confere incorpora o mostrador central, uma
ao protótipo a tração superfície tátil que permite o controle
intuitivo das funções do carro.
A distribuição da propulsão do 918
Spyder entre as três unidades de força
é controlada por um sistema de geren-
integral ciamento inteligente, formado pelo
temporária. Porsche Torque Vectoring Plus (PTV)
semelhante ao e o Electric Porsche Traction Mana-
sistema que estreia
na F1 este ano, a bateria gement (ePTM). Os engenheiros de-
de íons de lítio é alimentada fi niram cinco modos de operação, que
pela recuperação de energia podem ser selecionados por meio de
térmica do escapamento e da um seletor instalado no volante de três
energia cinética nas frenagens.
raios. O programa ajusta a estratégia
de utilização dos motores mais apro-
pode ser conectado ao Charging Dock (carregador fi xo), instalado na garagem, priada e potente para cada situação,
que reduz o tempo de recarga para cerca de duas horas. Já a Porsche Speed Char- sem a intervenção do motorista.
ging Station (CC), disponível como opcional, pode reenergizar a bateria do 918 De acordo com o modo em ope-
Spyder em apenas 25 minutos. ração, o Porsche Active Aerodyna-
Outra fonte de alimentação elétrica é o sistema conhecido como KERS (Ki- mic (PAA) varia o posicionamento
netic Energy Recovery System), tecnologia também utilizada nos carros da Fór- de alguns componentes aerodinâmi-
mula 1, que recupera a energia cinética dissipada durante as frenagens e a con- cos do 918 – o que inclui o defl etor
verte em eletricidade, adicionando energia para acelerações ainda mais rápidas. dianteiro, a asa traseira, as entradas
Em função do desempenho mais elevado do 918 Spyder, o câmbio roboti- de ar abaixo dos faróis e os fl apes sob
zado de duas embreagens Porsche Doppelkupplung (PDK) – de sete marchas, o assoalho –, para oferecer desde um
com trocas automáticas ou manuais por meio de borboletas atrás do volante, e consumo de combustível bem baixo
que direciona a potência para o eixo de trás –, foi redesenhada. Para contribuir até a máxima pressão do ar sobre e
para o baixo centro de gravidade do carro, ela foi instalada de cabeça para baixo embaixo do carro (downforce, força
reduzindo a altura do motor em relação ao veículo. Se a potência não for tão vertical descendente).
exigida, os dois motores traseiros (combustão e elétrico) são desconectados por Dada a partida, é acionado o modo
meio do desacoplador e da dupla embreagem da PDK. padrão “E-Power”, que se mantém até
No Salão de Detroit de 2011, a Porsche apresentou a versão de corrida 918 o fi nal da carga da bateria. Nele, o
RSR, com motor V-8 de 563 cv, na traseira, e dois motores elétricos, na dian- motor a combustão só é utilizado se
teira, de 75 kW (102 cv) cada, totalizando 767 cv. A maior diferença para o 918 necessário e, se a carga da bateria cair
“de série”, entretanto, foi a adoção de um supercapacitor (volante), que substitui abaixo do valor mínimo, o programa
a bateria de íons de lítio. Girando acima de 36.000 rpm, ele acumula a energia aciona o modo híbrido, automatica-
recuperada pelo KERS, que é adicionada pelo piloto por meio de um botão no mente. Em condições ideais, rodando
volante, ganhando mais impulso dos motores elétricos. puramente a eletricidade, o 918 Spy-
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