Page 44 - Revista EAA - Edição 61
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CAMINHÕES E ÔNIBUS I E II
O futuro dos veículos comerciais
Novas tecnologias podem ajudar a reduzir os impactos
negativos que ônibus e caminhões ainda deixam no
transporte rodoviário, além de maximizar a eficiência do
transporte público
inda um transporte caro, poluente O sistema conta com 30 ônibus e transpor- bém avaliou os veículos e apontou a ne-
A– devido, principalmente, à sua prin- ta diariamente 30.000 passageiros, que cessidade de diversas mudanças, tanto do
cipal fonte geradora de energia – e inse- hoje recebem informação em tempo real trem de força, na busca de índices melho-
guro, pelos altos índices de acidentes, o no celular, tanto dos ônibus quanto dos res de emissões de poluentes, quanto na
transporte rodoviário, seja de carga ou de trens. Esses dados também são dispostos carroceria, entre outras tantas, observou
passageiros, precisa de melhorarias. Mas no ônibus e mesmo nas paradas. As linhas Kayano: “Em alguns motores se chegou a
o que pode ser mudado e o que de bom percorrem corredores exclusivos e a inte- uma verdadeira salada de tecnologias, nos
deve ser mantido neste que é também um gração com o metrô é feita numa estação quais foram acoplados ao mesmo tempo
modal eficiente para o transporte público subterrânea exclusiva. os sistemas SCR (sistema de redução cata-
de cidades cada vez mais congestionadas, Mas para ter um sistema de ônibus lítica) e EGR (recirculação do gás de exaus-
é o que discutem empresários e especialis- mais funcional, não basta mudar as vias e tão), além de catalisador de oxidação. O
tas da mobilidade. informar melhor os usuários sobre os horá- foco agora está no menor consumo de
No 23º Congresso SAE BRASIL, sob o rios de funcionamento. O programa tam- combustível e, daí, vem tendências como
tema “O futuro dos veículos comerciais,
passageiros e cargas”, Eleonora Pazos, che-
fe da UITP (União Internacional de Trans-
porte Público) na América Latina, e Nelson
Kayano, sócio-gerente da Netz Engenharia
Automotiva, apresentaram os resultados
do BHLS – sigla em inglês para ônibus com
alto padrão de serviço. O projeto liderado Nelson T.
pela entidade entre 2007 e 2013 (valida- Kayano, Gilberto
ção), e que contou com ajuda de empresas Gomes Leal
parceiras, apontou mudanças no sistema (mediador) e
público rodoviário de 10 cidades em dife- Eleonora Pazos
rentes países.
Em todas essas mudanças foram con-
siderados temas como infraestrutura, ve-
ículos, questões operacionais e aspectos
econômicos, sociais e urbanos. Além disso,
também se levou em conta fatores como
necessidades da população, tecnologia da
informação e de comunicação e sustenta-
bilidade.
Eleonora destacou durante o evento
três dos 10 projetos – como o de Maja-
dahonda, cidade periférica da região de
Madri, no qual o modal viário público pre-
cisava ser conectado ao sistema de metrô.
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