Page 35 - Revista EAA - Edição 67
P. 35
MÁQUINAS AGRÍCOLAS E DE CONSTRUÇÃO
Saídas para um mercado em queda
Paulo Herrmann Odair Renosto Massami Murakami Thiago Malagrino
Os setores agrícola e de construção vivenciam Investimentos em Logística, do governo
queda nas vendas de máquinas e implementos. federal”, explanou Renosto.
Massami Murakami, diretor de Admi-
Hora de olhar para dentro e arrumar a casa nistração de Marketing e Suporte a Vendas
da Volvo do Brasil, não está tão confiante
e acha que, em um cenário mais realista,
pesar de amargar quedas de apro- últimos 10 anos”. a retomada do setor só aconteça em me-
Aximadamente 40% nas vendas, diri- A boa notícia é que esse cenário ne- ados de 2018: “O setor de construção no
gentes de grandes empresas dos setores gativo não deve durar. Pelo menos não Brasil viveu uma rampa de crescimento
de máquinas agrícolas e de construção no que diz respeito ao setor de máquinas nos últimos anos e isso trouxe todos os fa-
acreditam que a crise enfrentada hoje não agrícolas. “Temos produtos no portfólio bricantes para o mercado, sem falar do in-
é novidade e que, assim como as outras, que mostram que a mudança pode ter vestimento feito pelos que já estavam no
será superada. No entanto, é preciso que começado. As plantadeiras, por exemplo, país. Assim, quintuplicamos a concorrên-
cada empresa aproveite o momento para primeiras máquinas usadas na lavoura, já cia e o mercado está voltando aos níveis
fazer sua lição de casa: “Todo mundo está estão com carteira cheia.” de venda de 2007. É uma situação preocu-
atrás de novas oportunidades. A exporta- Já no que se refere à indústria de má- pante sim”.
ção é uma saída, mas fica complicada com quinas de construção, o cenário tende a No que diz respeito à tecnologia, ele-
está instabilidade cambial. Nós estamos ficar ruim por mais algum tempo. As in- trização e automação são palavras-chaves
tentando fazer a nacionalização dos itens. certezas políticas e econômicas afugenta- dos dois setores.
Além disso, sempre há a oportunidade de ram os investimentos no setor, disse Odair Falando em tecnologia, Thiago Mala-
reduzir custo.” Renosto, presidente da Caterpillar. “Nossa grino, engenheiro de Materiais da Arkema,
Os anos de alternância econômica são empresa já está no país há 60 anos e viven- apresentou no evento o Rilsan HT, um PPA
bons para você fazer o house keeping”, afir- ciou muitas crises. Essa não é a primeira e, (poliftalamida) flexível que reduz o peso
mou Paulo Herrmann, presidente da John com certeza, não será a última. O mercado e custo dos componentes ao substituir
Deere, no Painel sobre o setor no Congres- agora está voando baixo e devagar. Mas metais e borracha. Essa troca pode repre-
so SAE BRASIL. não podemos deixar de ter uma dose de sentar uma redução de três a seis vezes o
Ainda segundo o executivo, é claro otimismo. Só não podemos errar nessa peso do item, sem falar na redução de cus-
que o ano não é bom, mas ele também dose. O investimento está represado e o to do sistema de 50% e da utilização fonte
não é tão atípico: “2013 é que foi um ano país precisa de tudo. Não deve reagir esse renovável, até 70%. Fred Carvalho, diretor
espetacular, temos que ter cuidado com ano, mas nos próximos anos devemos ter de Assuntos Institucionais da Anfavea, foi
comparação. Este ano está na média dos boas notícias em relação ao Programa de o mediador do debate. [CM, DS, PL e SP] n
35