Page 37 - Revista EAA - Edição 67
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Luiz Rosenfeld e Sabrina Proença Lázaro Azêdo
MOTOSPORT ta muito dessas competições. Para o piloto
Reinaldo Varella, que já participou de pro-
Lama, terra e velocidade vas no Brasil e no exterior, usar as corridas
como laboratório, tanto técnico como pes-
soal, são as melhores coisas do off-road.
“Levo experiências da corrida para a minha
O Brasil tem 1.610.081 km de vias, mas apenas 12% delas são empresa e vice-versa. Estar numa compe-
asfaltadas, o que torna o país um enorme laboratório para tição envolve muitas questões de organi-
zação, aprendizagem e paciência”, disse o
veículos off-road e aumenta a atratividade das competições piloto que tem mais de 32 anos de rali.
O também piloto e preparador da
Território 4x4 da Ford, Edu Piano, concor-
da com Varella, principalmente na parte
técnica. “É na prática dos ralis que pode-
mos testar as novidades tecnológicas e
até mesmo ajudar a aperfeiçoá-las. Ainda
continua sendo muito complicado a tarefa
de manter o carro, a equipe... Estou nesse
segmento há mais de 20 anos”, concluiu.
Além de veículos, motos e caminhões,
os participantes do Painel Motorsport
também destacaram a entrada das UTVs
Edu Piano e Reinaldo Varella (sigla para veículos utilitários de terra) nas
competições. “Apesar de ter sido implan-
m dos grandes atrativos automobilís- senfeld, presidente da Suzuki e ex-piloto. tada há pouco tempo, a categoria UTV
Uticos do Brasil é, sem dúvida, as com- As provas amadoras se mostram uma vem apresentando crescente número de
petições off-road, tanto profissionais como importante porta de entrada para as com- participantes e recebe, inclusive, migração
amadoras. De acordo com Lázaro Azêdo, petições profissionais. Sabrina Proença, de pilotos que se apresentavam em outras
mediador do painel Motorsport, se unís- organizadora da Dunas Racer, responsá- divisões, atraindo sempre a atenção dos
semos todas as provas, teríamos no rali a vel pelo Rally dos Sertões, vê essas ações espectadores”, contou Sabrina Proença.
maior categoria de competição do país: acontecerem na prática. “O Rally dos Ser- Para a organizadora, esse tipo de veículo
“Os eventos amadores fomentam cada vez tões tem como características desbravar oferece a liberdade da moto, mas também
mais os profissionais e vemos um grande o Brasil e levar os competidores a lugares mais segurança e por isso vem crescendo
crescimento desse segmento”. inexplorados. Neste ano, mudamos o per- cada vez mais.
Uma das fabricantes que investe no curso, que saiu de Goiânia e foi ao Sul do Mas, mesmo com a entrada de novos
segmento amador é a Suzuki, com o seu país. Essa ação nos rendeu muito mais ins- veículos, os veículos automotores ainda
rali de regularidade Suzuki Adventure. critos – para 2016 já temos mais de 70 pilo- serão os principais destaques dos ralis. “Só
“Atualmente 30% dos veículos no país são tos (em todas as categorias)”, comemorou. precisamos usar melhor esse laboratório a
off-road e trazer o cliente para uma experi- Mas não é só para o cliente final que o céu aberto e conseguir mais visibilidade na
ência de rali é promover essa categoria que mundo dos ralis está abrindo as portas. A mídia para essas competições”, encerrou
ainda tem muito a crescer”, disse Luiz Ro- categoria profissional também se aprovei- Rosenfeld. [CM, DS, PL e SP] n
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