Page 18 - Revista EAA - Edição 74
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CONECTIVIDADE INTRODUÇÃO À CONECTIVIDADE
Redes veiculares
Tal metodologia visa reduzir a lacu-
na entre os testes utilizando HIL e os
testes em rotas reais para a eficiência V2V e V2I conectividade
e reprodutibilidade de tais validações
para um veículo protótipo totalmente
integrado, como mostrado nas figuras Grupos de pesquisa avaliam a infraestrutura necessária
à implantação dos Intelligent Transport Systems (ITS)
3 e 4. Enquanto num sistema HIL
convencional temos os elementos sen- na tentativa de padronizar protocolos de comunicação
do simulados, já o AVL DrivingCu- e segurança de informações
be™ possui todos esses componentes
Prof. Luciano Abrahão e Prof. Weslley Torres, Fatec Santo André
configurados como unidades em teste,
com dinamômetros e comunicações
de alto desempenho, podendo ser Um dos principais motivadores para a adoção de sistemas automatizados é devido
utilizado de acordo com as condições à maior parte da matriz do transporte de cargas do Brasil, cerca de 60%, con-
mais próximas dos reais (inclusive em centrar-se no modal rodoviário. Pois, além do aumento da segurança, redução de
termos de acelerações longitudinal e consumo de combustível e o aumento da vida útil dos veículos comerciais, estão
dinâmica lateral). Além disso, todos os surgindo os sistemas inteligentes de transporte.
dados de testes e simulações podem ser A introdução da automação e comunicação sem fios torna-se imperativo, de
utilizados em qualquer fase do desen- forma que os veículos se tornem parte integrante da infraestrutura e aumentando
volvimento, aumentando a integração drasticamente a segurança e a previsibilidade de tempo de suas viagens.
entre times de diferentes áreas e au-
mentando a eficiência. Redes veiculares
A interface de sensores entre as uni- As pesquisas em redes interveiculares estão em alta demanda por se tratar de uma
dades de controle do veículo e o am- área muito importante e desafiadora. Ela pode ser caracterizada basicamente de
biente virtual é realizada com emulação duas formas:
de sinais (como um emulador de radar u Ad hoc puro, chamada de VANET (Vehicular Ad hoc NETwork);
montado no banco de provas) ou uma u Com infraestrutura de nós fixados ao longo das rodovias. Neste caso, nós está-
simulação de sensor utilizando uma in- ticos são posicionados estrategicamente de forma a melhorar tanto a conecti-
terface de teste no veículo (streaming vidade quanto fornecimento de serviço.
de vídeo projetado depois da câmera). Tais redes possuem características diferenciadas as quais dificultam sua imple-
Durante o desenvolvimento de um mentação com os protocolos de roteamento usados em redes wireless. São elas:
ADAS, pontos fracos em diferen- u Topologia geograficamente restrita à direção da rodovia. Além disso, em re-
tes fases de calibração são facilmente giões urbanas há muitos obstáculos que dificultam a transmissão dos sinais de
abordados e analisados, o que leva ao uma via para outra. Como a transmissão ocorrerá basicamente em linha reta e
cumprimento mais rápido de metas unidirecional, o uso de antenas direcionais será de grande importância;
de calibração de alta qualidade. Testar u Particionamento e Grande Escala – em topologias unidirecionais, a chance de
e validar tal metodologia objetiva gera haver conectividade ponta-a-ponta decresce com a distância. As redes vei-
resultados reprodutíveis e precisos — culares podem estender-se em áreas muito grandes à medida que há rodovia
mesmo para validação virtual no labo- disponível;
ratório quando veículos protótipos não u Mobilidade Previsível – o posicionamento e a velocidade dos nós são facil-
estão disponíveis. Assim, este método mente previstos. O movimento dos carros está restrito às pistas e a velocidade
para a avaliação dos ADAS objetiva limitada inferior e superiormente pelas próprias regras da pista (alta em rodo-
não só suportar o desenvolvimento vias, baixas em áreas urbanas, etc.);
em veículos em estradas, mas também u Consumo de energia – veículos conseguem providenciar energia o suficiente
permite o teste e otimização de novas para seus dispositivos de conexão com a rede, portanto o protocolo usado não
funções em ambientes de desenvolvi- precisará se preocupar com gastos ineficientes de energia;
mento virtual. u Dependência dos nós – a permanência dos veículos na rede será muito mais
* Erich Ramschak, Dr. Jürgen Holzinger instável do que nas redes normais. Devido a esse alto dinamismo da rede,
e Christian Schyr são da AVL List um único veículo não pode ficar encarregado de repassar um pacote, pois sua
GmbH, Áustria. n cooperação nessa tarefa depende do seu destino.
18 abril/maio/junho